Vida no Campo

Blog

Rio Grande do Sul

Safra do pinhão na Serra deverá apresentar variações entre os municípios

Como já acontecia nos Estados de Santa Catarina e Paraná, neste ano o RS também permite a colheita e venda do pinhão a partir deste sábado (1º/04), conforme lei estadual (Nº 15.915, de 22/12/22).
Foto de capa Safra do pinhão na Serra deverá apresentar variações entre os municípios
Como já acontecia nos Estados de Santa Catarina e Paraná, neste ano o RS também permite a colheita e venda do pinhão a partir deste sábado (1º/04), conforme lei estadual (Nº 15.915, de 22/12/22).
Publicado em
03/04/2023

Como já acontecia nos Estados de Santa Catarina e Paraná, neste ano o RS também permite a colheita e venda do pinhão a partir deste sábado (1º/04), conforme lei estadual (Nº 15.915, de 22/12/22). A Serra Gaúcha é a maior produtora de pinhão no Estado, especialmente as regiões dos Campos de Cima da Serra e Hortênsias, onde o produto é importante na formação da renda ou mesmo no sustento das unidades de produção familiares que trabalham com o extrativismo da semente.

Conforme levantamento realizado pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar, assim como ocorreu em anos anteriores, a produção de pinhão na região da Serra em 2023 deverá apresentar variações entre os municípios. As estimativas iniciais apontam para uma safra semelhante à do ano passado ou com uma redução de 10 a 30% na produção. Conforme a engenheira florestal Adelaide Ramos, extensionista da Emater/RS-Ascar, isso se deve às condições climáticas ocorridas no período de desenvolvimento das pinhas, especialmente as estiagens que vêm se repetindo nos últimos anos, aliadas à alternância de produção, que é uma característica da espécie.

Na região da Serra, as variedades mais precoces estão em maturação e debulha, e as mais tardias em desenvolvimento da semente. As pinhas e os pinhões apresentam boa qualidade e sanidade e tamanho mediano.

Toda a colheita é manual e a cadeia produtiva apresenta poucas iniciativas de beneficiamento, industrialização e armazenamento, concentrando-se a comercialização no período que vai de abril a junho.

O preço mínimo pago para o extrativista de pinhão neste ano, conforme a Portaria do Mapa (nº 534, de 19/12/22), é de R$ 4,05/Kg.

 

Estimativa de produção nos municípios maiores produtores:

 

São Francisco de Paula

Estimativa de produção safra 2023 (toneladas): 70

Nº de famílias envolvidas: 160

 

Muitos Capões

Estimativa de produção safra 2023 (toneladas): 100

Nº de famílias envolvidas: 70

 

Cambará do Sul

Estimativa de produção safra 2023 (toneladas): 50

Nº de famílias envolvidas: 100

 

Bom Jesus

Estimativa de produção safra 2023 (toneladas): 45

Nº de famílias envolvidas: 120

 

São José dos Ausentes

Estimativa de produção safra 2023 (toneladas): 40

Nº de famílias envolvidas: 90

 

CULTURAS DE VERÃO

Soja - A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A insuficiência de chuvas durante os meses de verão provocou redução de cerca de 30% no potencial produtivo, e a produtividade atual é estimada em 2.175 kg/ha.

Conforme o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (30/03) pela Emater/RS-Ascar, no período entre 20 e 26 de março, a ocorrência de chuvas de intensidade variável, mas com uma abrangência maior no território do Estado, auxiliou na maturação mais uniforme das lavouras e na queda das folhas secas que se encontravam retidas nas plantas. No entanto, os produtores continuaram a aplicação de herbicidas na dessecação pré-colheita para uniformizar o processo e favorecer a colheita. As lavouras em maturação totalizam 42%, e a colheita alcançou 8%.

Há grande variabilidade de produtividade entre as lavouras colhidas. Além da má distribuição das chuvas, outros fatores influenciaram a diferença de produção, como: a compactação do solo, o baixo acúmulo de palhada de cobertura dos solos e a falta de rotação de culturas. Contudo, as lavouras em coxilhas de solos profundos e estruturados com adequada cobertura de palha – que conservaram umidade por mais tempo – e nas localizadas em áreas de topografia mais plana, em várzeas, obtiveram os melhores resultados.

Além da redução na produção, há problemas na qualidade dos grãos colhidos, muitos apresentam maturação forçada, sem o correto desenvolvimento. Parte dos grãos estão malformados, pequenos e com menor peso, o que reduz a rentabilidade e o resultado comercial das lavouras.

Em termos de comercialização, a forte queda na cotação da soja causou inquietude aos produtores, trazendo dúvidas sobre o melhor momento de negociar a safra.

 

Milho - A área cultivada de milho no Estado é de 810.380 hectares. A produtividade atual é estimada em 4.440 kg/ha, representando redução de 39,49% em relação à projeção inicial.

A produtividade é variável, conforme a distribuição das chuvas e o uso de irrigação. Em lavouras que não possuem essa tecnologia e as precipitações foram insuficientes, os resultados foram ainda piores.

A colheita avançou mais lentamente no Estado, evoluindo em propriedades que dispõem de estrutura própria de armazenamento e em pequenas produções. O índice subiu três pontos percentuais e alcançou 77%.

No momento, as estruturas comerciais ou coletivas concentram a logística no recebimento da colheita da soja em detrimento do milho.

 

Milho silagem - A área implantada no Estado é de 357.476 hectares. A produtividade atual é de 23.023 kg/ha, consistindo em redução de 39,18% projetados no início do cultivo. A colheita alcançou 85%.

 

Arroz - A área cultivada é estimada em 889.549 hectares. A produtividade estimada é de 7.744 kg/ha, representando uma redução de 5,86% na projeção inicial.

No período, houve um avanço significativo na colheita, que se aproxima de 50% da área de cultivo. O grande avanço é reflexo da adequada estrutura de logística dos rizicultores para áreas de cultivo superiores à efetivamente plantada nesta safra. A produtividade permaneceu satisfatória, pois, no momento, as lavouras colhidas não apresentam problemas de irrigação.

As lavouras em maturação representam 41% e em enchimento de grãos 9%. Em relação à média das últimas cinco safras, persiste um pequeno atraso nas fases da cultura e na área colhida, decorrente de problemas de implantação e de temperaturas mais baixas no início do ciclo.

Feijão 1ª safra: A área cultivada em 1ª safra é de 31.449 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.576 kg/ha, o que representa um decréscimo de 7,36% em relação à estimativa inicial. A colheita foi finalizada na maior parte das regiões produtoras. Restam lavouras a colher nas regiões Nordeste e Sul do Estado.

 

Feijão 2ª safra - A área destinada ao cultivo é de 20.127 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.376 kg/ha.

 

PREVISÃO METEOROLÓGICA PARA A SEMANA DE 30/03 A 05/04/2023

Nos próximos sete dias, ocorrerão chuvas significativas, e as temperaturas permanecerão amenas no RS. Nesta quinta (30/3) e sexta-feira (31/3), o deslocamento de uma frente fria provocará chuva em todo o Estado, com possibilidade de temporais isolados. No sábado (01/4) e domingo (02/4), o ingresso de uma massa de ar seco afastará a nebulosidade e ocasionará ligeiro declínio das temperaturas. Apenas nas faixas Norte e Nordeste, ainda ocorrerão chuvas fracas e isoladas. Na segunda-feira (03/4), a presença do ar seco e frio manterá o tempo firme e as temperaturas amenas em todo o Estado. Na terça (04/4) e quarta-feira (05/4), a propagação de uma área de baixa pressão provocará aumento da nebulosidade, com pancadas de chuva e possibilidade de temporais isolados.

Os volumes previstos deverão oscilar entre 20 e 35 mm na maioria das regiões, e apenas na Zona Sul os valores serão inferiores a 20 mm. Na Fronteira Oeste, Missões e Vale do Uruguai, os totais esperados são mais elevados e deverão oscilar entre 35 e 50 mm e poderão alcançar 80 mm em algumas localidades do noroeste gaúcho.

 

Fonte: Divulgação

Crédito foto: Rejane Paludo - Emater/RS-Ascar

Anúncios
BRSULNET interno

Receba nossas novidades

Inscreva-se na nossa newsletter e receba nosso informativo.