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Produtores realizam visita técnica sobre sistema antigranizo em Santa Catarina

O sistema monitora as condições favoráveis para a ocorrência de granizo, que são detectadas via radar meteorológico, no raio de alcance de 300 km. Imagem: Divulgação
Foto de capa Produtores realizam visita técnica sobre sistema antigranizo em Santa Catarina
O sistema monitora as condições favoráveis para a ocorrência de granizo, que são detectadas via radar meteorológico, no raio de alcance de 300 km. Imagem: Divulgação
Publicado em
04/06/2024

Na sexta-feira, dia 31 de maio, um grupo de produtores rurais de Nova Pádua, em parceria entre a Prefeitura e Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, estiveram pela parte da manhã no município de Lebon Regis/SC visitando a sede da empresa AGF (Antigranizo Fraiburgo), onde se encontra a estação meteorológica que atua na radiosondagem das condições de atmosfera favoráveis ao granizo. O grupo foi recebido pelo meteorologista e diretor da empresa, João Rolin.

João relatou que em 1986 onde um grupo de produtores de maça, importou uma tecnologia Russa que consistia no lançamento de iodeto de Prata em pó diretamente nas nuvens, reagente que era transportado por pequenos foguetes. Essa tecnologia era utilizada e apresentava bons resultados na região de Mendoza, Argentina, com o objetivo de proteger pomares de macieira.

Este sistema com aplicação via foguetes foi utilizado por alguns anos, mas apresentava alguns inconvenientes: o custo dos foguetes era elevado, a dispersão era realizada de forma mais localizada e nem sempre atingia os locais mais adequados, e existia o risco de danos e acidentes devido aos fragmentos do veículo.

Segundo o meteorologista, existiam duas outras alternativas aos foguetes: o lançamento com aeronaves e o lançamento via queima no solo. O primeiro seria de custo muito elevado, então optou-se por utilizar o segundo sistema, que já estava implantado em algumas regiões na França, de onde a atual tecnologia foi importada.

O sistema de consiste primeiramente no monitoramento de condições favoráveis para a ocorrência de granizo, que são detectadas via radar meteorológico, o qual possui raio de alcance de 300 km, abrangendo inclusive a região da Serra Gaúcha.

Após detectada a nuvem com probabilidade de formação de granizo é realizada a queima do reagente Iodeto de Prata com o combustível acetona. A sintetização do Iodeto de Prata é realizada pela própria AGF, sob supervisão francesa, que detém os direitos da tecnologia.

Com a queima, o Iodeto de Prata é dispersado na atmosfera, transportado pelas correntes de ar até as nuvens, formando mais núcleos de condensação: "em vez de ter um granizo grande, vai ter um monte de pequenos. Durante a queda (precipitação), vão derreter total ou parcialmente, atingindo a superfície do solo como granizo pequeno ou como água fria. A tecnologia é a mesma usada antigamente com lançamento a atmosfera por foguetes a única mudança em relação a tecnologia apresentada por João é o veículo de transporte, ao invés de ser foguete, é o gerador de solo.", explicou o meteorologista.

João destaca que esta é a única tecnologia reconhecimento pela ONM (Organização Nacional de Meteorologia), garantindo que não causa danos ambientais.

Cada gerador de solo abrange até 4 km de raio. Na região de Fraiburgo são utilizados 160 geradores, cobrindo um total de 800 mil hectares, em 13 municípios interligados formando uma rede de cobertura. O sistema também é usado em outros países como EUA, França e Austrália.

Os equipamentos são usados de setembro a abril, nesse último período por ser um ano de El Nino, o sistema foi acionado mais de 100 vezes.

Cada gerador de solo tem um custo médio de aquisição de 37 mil reais. A maior parte do custo se refere ao monitoramento, manutenção e operação dos equipamentos. Em Santa Catarina ocorre uma parceria entre o governo estadual, municípios e produtores para viabilizar esse trabalho, sendo o produtor, o responsável por acionar o sistema.

Na parte da tarde, foi visitada a sede da empresa familiar Bebidas Pinheirense, a qual possui 36 hectares de vinhedos protegidos pelo sistema, sendo que na propriedade existe um dos geradores de solo da rede. O proprietário relatou que desde que a rede de equipamentos foi instalada não ocorreu a precipitação de granizo que causasse danos significativos na produção.

A empresa elabora vinhos, e outros 60 tipos de bebidas que são vendidas em todo Brasil.

Além dos produtores, também participaram da comitiva o Prefeito Danrlei Pilatti, a presidente da Câmara de Vereadores, Giseli Boldrin Rossi, o secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Andrei Vezzaro, o Engenheiro Agrônomo da Emater de Nova Pádua Willian Heintze, além do prefeito de Pinheiro Preto, Gilberto Chiarani.

Fonte: EMATER

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