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Cirurgia inédita no RS é realizada no Hospital do Círculo, em Caxias do Sul

Dispositivo para conter perdas urinárias foi usado em paciente de 67 anos / Imagem: Divulgação
Foto de capa Cirurgia inédita no RS é realizada no  Hospital do Círculo, em Caxias do Sul
Dispositivo para conter perdas urinárias foi usado em paciente de 67 anos / Imagem: Divulgação
Publicado em
05/07/2023

Dispositivo para conter perdas urinárias foi usado em paciente de 67 anos

Crédito: Paulo Tonietto

Uma cirurgia inédita no Rio Grande do Sul (RS) foi realizada no sábado (1º) no Hospital do Círculo, em Caxias do Sul. A operação consistiu na colocação de um dispositivo para redução de perdas de urina em um paciente de 67 anos. Embora o procedimento seja bem consolidado na medicina, a novidade é o aparelho usado. Trata-se de um esfíncter artificial desenvolvido por uma empresa argentina e batizado de VICTO. 

Esse dispositivo está liberado no Brasil desde o final de 2022, após análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, no mundo, é usado desde 2018. O que o difere do principal concorrente, feito por uma empresa norte-americana, é que o VICTO é pré-conectado. Isso significa que o médico não precisa unir as peças no momento da cirurgia em um trabalho milimétrico, como no caso anterior. Portanto, o profissional consegue reduzir o tempo de operação, que fica em torno de uma hora.

A médica Virgínia Müller, organizadora da cirurgia, explica que esse período mais curto implica em diminuição do risco de infecção no paciente. Segundo a urologista, a cirurgia é reconhecida pela eficiência na contenção das perdas urinárias. No caso desse paciente, ele passou a sofrer com essa condição após uma retirada de próstata e sessões de radioterapia realizadas em 2020. 

A urologista conta que a taxa de incontinência urinária após prostatectomia radical é de 10% a 50%, podendo ser ainda maior quando associada à radioterapia posterior. Virgínia salienta que essa situação prejudica o bem-estar e a sociabilidade dos pacientes, que se sentem retraídos da convivência por causa do risco de perdas urinárias. 

“Vai melhorar muito a qualidade de vida e o potencial de trabalho do paciente. É importante para ele conseguir manter a funcionalidade dele. Trata-se de um paciente jovem, que precisa dessa intervenção para melhorar o conforto após o tratamento oncológico”, afirma.

Com a cirurgia, a estimativa é de que o problema seja reduzido de 60% a 80%. O VICTO será ativado após a cicatrização da área cortada, o que deve ocorrer em cerca de 40 dias. O diretor técnico médico do Hospital do Círculo, Renato Luiz Calloni, ressalta que o uso dessa tecnologia mais recente demonstra a preocupação da entidade em oferecer os melhores resultados aos pacientes:

“Essa é uma técnica já consagrada e que vem apresentando bons resultados no controle da incontinência. Trata-se de um tratamento que vem auxiliar uma situação incômoda e, muitas vezes, com repercussões na vida social e psicológica que os pacientes enfrentam no decurso do tratamento. Para nossa instituição, o uso desse procedimento é mais uma demonstração de que colocamos o paciente no centro da nossa atenção e procuramos sempre estarmos alinhados com os avanços da ciência”.

 

Aula

O cirurgião urologista Luís Gustavo Morato de Toledo, que ensina o uso do esfíncter artificial (VICTO) no Brasil, veio de São Paulo para indicar como fazer a colocação do dispositivo. No primeiro momento, no auditório do Círculo, foi apresentada uma aula aos médicos urologistas. Também durante essa apresentação, o urologista Luís Alberto Zanettini trouxe os detalhes do caso clínico, com a intermediação do médico Márcio Araldi. A cirurgia foi realizada pela urologista Virgínia Müller, com Ivanês Tomazzoni como médico auxiliar.

 

Fonte: Divulgação

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